Venom – Black Metal (1982)

Venom – Black Metal

Como entrei no mundo do metal recentemente, pedi a uma pessoa próxima “culta” neste submundo, que me recomendasse alguns álbuns iniciais. “Black Metal” dos Venom foi um deles. BEM, quando ouvi o álbum foi como uma descida às profundezas mais obscuras do meu ser. Cada faixa é como uma tempestade de emoções e uma rebelião que faz o meu coração bater mais rápido que a minha própria ansiedade. Desde a primeira vez que ouvi “Black Metal“, fiquei hipnotizada pela sua energia e pela sensação de estar à beira do desconhecido. A maneira como foi produzida adiciona uma camada extra de singularidade, como se estivéssemos a ouvir uma transmissão de outra dimensão. As faixas “Black Metal” e “Countess Bathory” são as minhas preferidas. Este álbum não é apenas um conjunto de faixas, é também uma experiência visceral que me deixou vidrada desde o primeiro segundo, bem como inspirada em aprender a tocar certas músicas na guitarra. Se estás pronto para mergulhar num lado um pouco mais sombrio do metal, “Black Metal” é o álbum perfeito para começar.

Review by: Reimi

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Moonspell – Wolfheart (1995)

Moonspell – Wolfheart

Quais as coisas mais tugas que o mundo conhece? Vinho, bacalhau, Cristiano Ronaldo, pasteis de Belém, Magalhães (o navegador, não o computador) e Moonspell. Falaremos destes últimos, até porque, este é um espaço de culto ao metal. O percurso musical dos lisboetas remonta ao final dos anos 80, quando ainda atuavam sob o nome de Morbid God. Em 1992, mudaram para o nome que hoje todos nós conhecemos e lançaram o seu álbum de estreia em 1995, o incontornável e icónico “Wolfheart”. E este foi como um sucker punch nas trombas de um gajo, pois todos os membros da banda tocavam como se o vírus da raiva deambulasse nas suas veias. Este foi o álbum que trouxe ao mundo a icónica “Alma Mater”, bem como, a romântica “Vampiria”. É verdade que estes senhores do metal nacional nunca abrandaram e prova disso é que já contam com mais 12 álbuns e uns tantos EP, singles e não sei quantas tours pelo globo. Com a sua terceira passagem pela Madeira, importa relembrar onde tudo começou.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Dimmu Borgir – Puritanical Euphoric Misanthropia (2001)

Dimmu Borgir – Puritanical Euphoric Misanthropia

O primeiro trabalho em que Nicholas Barker aliou-se aos noruegueses Galder, Vortex, Mustis, Shagrath e Silenoz, para criar o meu álbum favorito desta banda. Dimmu Borgir estava em alta, e a colher os frutos do “Spiritual Black Dimensions”. Com a confiança a transbordar dos poros satânicos da banda, seria senão normal, que o próximo trabalho destes “meninos” fosse igualmente bom, ou até melhor, do que o anterior. E, pessoalmente, assim foi. Num álbum repleto de estreias (Vortex, Galder, Nicholas e uma orquestra), quase que seria de esperar um acidente rodoviário, ou mais algumas igrejas queimadas. Mas não. Aliás, bem pelo contrário. Todos os seus intervenientes eram, e são, dotados de uma qualidade ímpar no black metal (talvez Emperor estivesse mais perto de igualar) e, ainda por cima, estavam mesmo com aquele espírito de “we can’t do no wrong“. Até faz impressão saber o que se passou pouco depois do lançamento deste álbum. Enfim… Venerem este trabalho.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Gardenian – Sindustries (2000)

Gardenian – Sindustries

Já conta com quase um quarto de século, este trabalho dos suecos. Não foi do agrado de todos, pois antes desta fusão de estilos (melodic death meets industrial), a banda tinha criado dois monstruosos álbuns de death/thrash, “Two Feet Stand”, em 1997 e “Soulburner”, dois anos depois. Muitos fãs ficaram céticos com este trabalho, pois lançado apenas um após o “Soulburner”, logo, pairava no ar a qualidade deste trabalho. Não é preciso esperar muito para perceber que a qualidade ainda estava bem presente e toda a dinâmica da banda era fantástica. Tem o groove bem alinhado com o headbang que farás ao longo deste trabalho. Sinceramente, considero o “Soulburner” mais fiel à onda metaleira de Gotemburgo, da altura, mas “Sindustries” estará sempre a bombar no meu carro, no ginásio, no ritual satânico, na cozinha, etc… É um bom álbum para acompanhar-te nas coisas mundanas do dia-a-dia.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Mortician – Chainsaw Dismemberment (1999)

Mortician – Chainsaw Dismemberment

Chainsaw Dismemberment”, que o frontman Will Rahmer admitiu numa entrevista recente ser o seu álbum preferido, é um clássico do Brutal Death. Com as suas influências de grind temos curtas faixas do mais PESADO que pode existir, com uma estética completamente negra. Existem muitas samples de diversos filmes de terror que assistem na formação dessa estética, e para além de servirem de prequela para o que a música se trata, servem de “intervalo” prevenindo saturação perante a extrema intensidade e brutalidade da obra. As guitarras, numa afinação baixíssima, têm um tom absurdamente esmagador que Roger Beaujard credita em grande parte à sua técnica. O tom do baixo é das coisas mais incomuns desta banda. Possui tamanha distorção, que principalmente quando toca a solo, é perto de impercetível as notas tocadas, mas essa distorção, juntamente com grande low end que possui, são indispensáveis para o som aqui presente. A bateria é programada, algo que era ainda incomum naquela época, e temos uma enorme quantidade de blast beats que brutalizam tudo mais do que já está, mas trazem também secções mais desaceleradas para apreciação do ouvinte. Os vocais são extremamente graves, e a última peça de perfeito encaixe para esta incrível sonoridade. De facto, é um lançamento que se mantém erguido nas inóspitas extremidades do metal.

Review by: Gilberto Inerfo

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Arcturus – La Masquerade Infernale (1997)

Arcturus – La Masquerade Infernale

Confesso que este não seja o melhor álbum para começar a conhecer a banda norueguesa, mas é o meu favorito, pela “estranheza” do todo o trabalho. Ou gostas ou odeias este trabalho, mas uma coisa é certa, é um marco dentro de género que Arcturus aperfeiçoou. É um álbum que conta com momentos de progressive rock/metal, com duas a três “viagens” dentro de cada música. Cada faixa tem uma sonoridade diferente da anterior e, no entanto, a coisa resulta bem. O produto final é bem satisfatório. Este é ‘O’ álbum que, sempre que oiço, descubro algo de novo, pequenas nuances no background sonoro, musicas carnavalescas mas do século XIX, inícios do século XX… É como disse no início, não é um álbum fácil para digerir à primeira mas, com o passar do tempo, a coisa chega lá. “La Masquerade Infernale” é para o progressive metal o que pão fatiado é para o mundo: a melhor invenção de sempre.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Ibéria – Ibéria (1988)

Ibéria – Ibéria

Como é dado a indicar pelo nome, temos aqui uma banda nacional. Que tem em seu nome uma bela gema, que já está mais perto dos seus 40 do que dos seus 30 anos. Energético e melódico heavy/glam metal que noto puxar certas influências da música clássica (não só na intro e outro) mas principalmente em certas linhas e solos de guitarra que são de facto um deleite de se ouvir. Os riffs são todos catchy, despertando logo o interesse do ouvinte, mantendo uma elevada qualidade pela integra do álbum. A secção rítmica faz o seu trabalho como deve ser feito, simples bateria fazendo-nos mais vezes dançar do que abanar a cabeça. E o baixo acompanha a guitarra, adicionando o que precisa, quando precisa para criar boa dinâmica, tendo um excelente tom. O nosso grande vocalista possuí uma poderosa e suave voz, que sai de uma forma muito carismática exprimindo muito bem a premissa da canção. Ao longo do álbum ouvimos sintetizadores, teclados… realmente um lançamento muito completo e bem feito, com músicas em variados tons e energias. Uma audição muito agradável e apelativa que, de facto, vos elevará o sex appeal.

Review by: Gilberto Inerfo

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Requiem Laus – Life Fading Existence (1994)

Requiem Laus – Life Fading Existence

Sim. 30 anos. Eu sei… aceitem que dói menos. A banda insular começou a trilhar o seu caminho com este trabalho que, claramente, aproximasse mais do black metal dos anos 90, com a guitarra a ter um papel de destaque. Contudo, o baixo não passa despercebido, deixando a sua presença bem vincada, bem como a bateria, que não entra em loucos e desnecessários blast beats só porque sim, antes pelo contrário, faz uma tremenda dupla com o baixo. Miguel Freitas e Bruno Sousa, ficaram encarregues das seis cordas, com o primeiro a servir de vocalista, Tony Figueira no baixo e Marcelo Freitas na bateria, dão à luz um projeto que viria a contar com seis EP’s e dois fulllenght, “The Eternal Plague”, no longiquo ano de 2008 e, o meu favorito, “As Long as Darkness Bleeds”, em 2011 (a “I am Cursed” é uma coisa… Ufff). Enfim, não há como recordar como e onde a jornada dos Requiem Laus começou, com esta demo “Life Fading Existence”, que celebra os 30 anos.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Vasco da Gama – Vasco da Gama (1983)

Vasco da Gama – Vasco da Gama

Hoje trago-vos uma das bandas pioneiras do metal nacional, os míticos Vasco da Gama. Com uma sonoridade dentro heavy, nota-se desde logo uma clara influencia não só do NWOBHM, mas também do rock nacional, onde é notória a preponderância que este teve sobre a composição deste álbum. Temos assim uma obra de heavy puro que é capaz de agradar a qualquer pessoa, onde impera a língua de Camões ao longo do álbum, com letras bastante memoráveis que ficarão marcadas na vossa memória logo na primeira audição deste disco. Podemos encontrar aqui guitarras com solos fenomenais, um baixo bem audível e pujante, a bateria típica dos registos dentro desta onda musical e vocais admiráveis. Destaco duas faixas que desde então não são capazes de sair da minha cabeça: a “Avé Rei do Mal” e a “Lendas e Mitos“. Este álbum foi sem dúvida algo visionário para a altura, deixando uma marca na história do metal nacional e abrindo também o caminho para que novos projetos pudessem florescer.

Review by: Lord

Bathory – Bathory (1984)

Bathory – Bathory

Existem várias versões sobre o nascimento do black metal mas, a mais comum é que o nome deriva do álbum de Venom, “Black Metal”, e a primeira banda que soou ao género foi Bathory, com o álbum do mesmo nome, em 1984. Pois… 1984. 40 anos de riffs maléficos, bateria assombrada pelo demónios dos confins do inferno, um baixo sempre a lascar e uma voz em que parecia sair diretamente do Diabo. Foi, e continua a ser, um grande álbum do género. Bathory é para o black metal o que Don Corleone, na triologia do “The Godfather”, foi para a máfia… O blueprint de como fazer as coisas. Entretanto surgiram outras bandas que levaram o black a outros patamares mas a verdade é que Bathory foi a pioneira. Eu acredito que, em 84, a banda reuniu-se no estúdio e disse: “Vamos criar algo tão agressivo que Venom, Black Sabbath e Iron Maiden vão ser rotuladas de pop-rock“. E o mundo foi gracejado com Bathory há 40 anos atrás (foda-se, até dói).

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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