Gardenian – Sindustries (2000)

Gardenian – Sindustries

Já conta com quase um quarto de século, este trabalho dos suecos. Não foi do agrado de todos, pois antes desta fusão de estilos (melodic death meets industrial), a banda tinha criado dois monstruosos álbuns de death/thrash, “Two Feet Stand”, em 1997 e “Soulburner”, dois anos depois. Muitos fãs ficaram céticos com este trabalho, pois lançado apenas um após o “Soulburner”, logo, pairava no ar a qualidade deste trabalho. Não é preciso esperar muito para perceber que a qualidade ainda estava bem presente e toda a dinâmica da banda era fantástica. Tem o groove bem alinhado com o headbang que farás ao longo deste trabalho. Sinceramente, considero o “Soulburner” mais fiel à onda metaleira de Gotemburgo, da altura, mas “Sindustries” estará sempre a bombar no meu carro, no ginásio, no ritual satânico, na cozinha, etc… É um bom álbum para acompanhar-te nas coisas mundanas do dia-a-dia.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Eternal Storm – A Giant Bound to Fall (2024)

Eternal Storm – A Giant Bound to Fall

Existe um ditado, que remonta aos tempos dos reis portugueses: “de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos”. Pois bem, de ventos e casamentos não percebo nada (a não ser que ambos estragam-me o cabelo), mas sei que esta é uma bela exportação espanhola. Daniel Maganto, Jaime Torres e Daniel Flys, proporcionam-nos uma viagem fantástica ao longo de quase 70 minutos. Um prog/melo/death, na minha opinião muito bem feito, pois não recai em demasia na parte técnica penalizando assim o peso e harmonia. Eles sabem que são bons nos seus instrumentos mas não sentem aquela necessidade de show off. Está um equilíbrio brutal, e prova disso é logo a primeira música, “An Abyss of Unreason”. Sendo este apenas o seu segundo álbum, Eternal Storm demonstra bem como amadureceu e, também, fica um pouco patente, a sua aproximação ao progressive, em comparação ao seu primeiro trabalho musical.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Cancer Christ – God is Violence (2024)

Cancer Christ – God is Violence

True story: disseram-me para ver o artwork deste álbum. Vi e curti. Então disse para mim mesmo: “Vou ouvir. Na pior das hipóteses será uma merda de género que não curto muito mas, ao menos fico a conhecer algo novo“. Carrego calmamente no play e pouco tempo depois estou a tripar como um fedelho rebelde e revoltado com tudo, a abanar os cornos a um grind/powerviolence tão rápido que nem sei como é possível os membros da banda entenderem-se tão bem. Este trabalho tem a duração de apenas 26 minutos e percebe-se muito bem o porquê. É speed, atrás de speed, atrás de speed, etc… O quarteto não abranda por nada nem por ninguém, muito menos por velhinhas atravessar a passadeira com crianças ceguinhas a caminho do espetáculo do Panda… Com sorte também atropelam o Panda. Enfim, tudo isto para dizer o quê? God is Violence é um bom trabalho de grind, com músicas curtas e uma enorme vontade de moshar.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Mortician – Chainsaw Dismemberment (1999)

Mortician – Chainsaw Dismemberment

Chainsaw Dismemberment”, que o frontman Will Rahmer admitiu numa entrevista recente ser o seu álbum preferido, é um clássico do Brutal Death. Com as suas influências de grind temos curtas faixas do mais PESADO que pode existir, com uma estética completamente negra. Existem muitas samples de diversos filmes de terror que assistem na formação dessa estética, e para além de servirem de prequela para o que a música se trata, servem de “intervalo” prevenindo saturação perante a extrema intensidade e brutalidade da obra. As guitarras, numa afinação baixíssima, têm um tom absurdamente esmagador que Roger Beaujard credita em grande parte à sua técnica. O tom do baixo é das coisas mais incomuns desta banda. Possui tamanha distorção, que principalmente quando toca a solo, é perto de impercetível as notas tocadas, mas essa distorção, juntamente com grande low end que possui, são indispensáveis para o som aqui presente. A bateria é programada, algo que era ainda incomum naquela época, e temos uma enorme quantidade de blast beats que brutalizam tudo mais do que já está, mas trazem também secções mais desaceleradas para apreciação do ouvinte. Os vocais são extremamente graves, e a última peça de perfeito encaixe para esta incrível sonoridade. De facto, é um lançamento que se mantém erguido nas inóspitas extremidades do metal.

Review by: Gilberto Inerfo

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Serpents Oath – Revelation (2024)

Serpents Oath – Revelation

Três álbuns em quatro anos. Isto é que é trabalhar. E malhar. O quinteto belga parece que voltou com mais vontade em cimentar mais um degrau na sua (ainda) curta existência, com estas “revelações”. E que belo trabalho de black metal. Constantes blast beats, com uns breaks muito blackish, guitarras frenéticas e uma voz de puro black. Tudo black. Confesso que não conhecia esta ‘serpente metaleira’ mas gostei deste trabalho. Aguçou a minha curiosidade para os trabalhos anteriores da banda, e se são algo parecidos com isto… I’m a happy guy. “Revelation” é um álbum, na minha modesta opinião, bem conseguido, pois transporta-nos para um período em que o black metal era “simples”, um período em que não percebíamos nada do que o gajo cantava, mas estávamos em constante headbang e a tripar, com os longos cabelos a taparem a expressão cerrada e cheia de ódio, enquanto fazíamos o sinal universal da devoção diabólica.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Messiah – Christus Hypercubus (2024)

Messiah – Christus Hypercubus

WUÁ CÃO, que patada nas trombas! Mas também, o que esperar de uma banda com quase 40 anos desta loucura? A banda suíça não falhou com este “Christus Hypercubus”, é um bom álbum para curtir uma cervejola já perto da meia-noite, sozinho, a ver a lua sorrateiramente iluminada atrás de uma nuvem com a forma de um pentagrama… O que este quinteto criou aqui foi um trabalho porreiro para tares a refletir sobre todas as decisões de merda que tomaste até este ponto da tua vida, com uma cara de fodido, e o ódio a consumir o teu pequeno coração metaleiro… Mas é brutal. Vais curtir este som, é perfeito para moshar pela noite dentro. Vale a pena ouvir, mais não seja porque é Messiah, e esta é das poucas bandas que ainda tocam/fazem metal como o mesmo deve ser feito, com pujança, melodia e uma boa sensação no geral.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Arcturus – La Masquerade Infernale (1997)

Arcturus – La Masquerade Infernale

Confesso que este não seja o melhor álbum para começar a conhecer a banda norueguesa, mas é o meu favorito, pela “estranheza” do todo o trabalho. Ou gostas ou odeias este trabalho, mas uma coisa é certa, é um marco dentro de género que Arcturus aperfeiçoou. É um álbum que conta com momentos de progressive rock/metal, com duas a três “viagens” dentro de cada música. Cada faixa tem uma sonoridade diferente da anterior e, no entanto, a coisa resulta bem. O produto final é bem satisfatório. Este é ‘O’ álbum que, sempre que oiço, descubro algo de novo, pequenas nuances no background sonoro, musicas carnavalescas mas do século XIX, inícios do século XX… É como disse no início, não é um álbum fácil para digerir à primeira mas, com o passar do tempo, a coisa chega lá. “La Masquerade Infernale” é para o progressive metal o que pão fatiado é para o mundo: a melhor invenção de sempre.

Review by: Gonçalo “Pedreira” Pereira

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Sepulcros – Vazio (2021)

Sepulcros – Vazio

Uma banda criminalmente pouco mencionada na cena do metal underground português, os Sepulcros lançaram em 2021 o “Vazio” que é, honestamente, uma obra-prima de death/doom. O álbum possui 6 faixas sendo a primeira “Invólucro Oco” e a última “Humana Vacuidade” uma intro e uma outro respetivamente. O resto das faixas possui uma atmosfera apocalíptica e decadente, que nos esmaga com os seus riffs e uns guturais absurdos! Surgem também alguns momentos rápidos e super agressivos, cheios de blast beats que nos atropelam com toda a força! A titletrackVazio” e a faixa “Hecatombe” foram para mim as que mais se destacaram, mas o álbum foi excelente na sua totalidade! É triste este ser tão pouco mencionado cá em Portugal e, sem dúvida alguma, é obrigatório que todos os fãs de death e doom o ouçam pois é realmente incrível!

Review by: Dolortuus Doom Occulta

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Tvmvlo – The Well of the Lost Children (2021)

Tvmvlo – The Well of the Lost Children

Que jarda! Brutal, rápido e impiedoso é a melhor descrição para o debut dos nacionais Tvmvlo! Este projeto de Viseu trouxe para a cena nacional uma sonoridade bem old-school e tradicional do death metal, e eles são sem dúvida dos melhores a fazê-lo! Riffs negros e pesados, muitos blast beats e muito double-kick, um baixo que acompanha perfeitamente as guitarras dando outra profundidade às faixas do álbum e por fim os agressivos e “podres” vocais do António Baptista. Este álbum está cheio de faixas excelentes mas destaco em especial a “The Suicide Vendor”, a “Another Day in Hell” e a “Father Hebephile”. Recomendo totalmente este álbum e, sem dúvida alguma, recomendo também a todos vocês que vejam Tvmvlo ao vivo, é uma experiência arrebatadora!

Review by: Dolortuus Doom Occulta

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Ibéria – Ibéria (1988)

Ibéria – Ibéria

Como é dado a indicar pelo nome, temos aqui uma banda nacional. Que tem em seu nome uma bela gema, que já está mais perto dos seus 40 do que dos seus 30 anos. Energético e melódico heavy/glam metal que noto puxar certas influências da música clássica (não só na intro e outro) mas principalmente em certas linhas e solos de guitarra que são de facto um deleite de se ouvir. Os riffs são todos catchy, despertando logo o interesse do ouvinte, mantendo uma elevada qualidade pela integra do álbum. A secção rítmica faz o seu trabalho como deve ser feito, simples bateria fazendo-nos mais vezes dançar do que abanar a cabeça. E o baixo acompanha a guitarra, adicionando o que precisa, quando precisa para criar boa dinâmica, tendo um excelente tom. O nosso grande vocalista possuí uma poderosa e suave voz, que sai de uma forma muito carismática exprimindo muito bem a premissa da canção. Ao longo do álbum ouvimos sintetizadores, teclados… realmente um lançamento muito completo e bem feito, com músicas em variados tons e energias. Uma audição muito agradável e apelativa que, de facto, vos elevará o sex appeal.

Review by: Gilberto Inerfo

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